quinta-feira, 7 de julho de 2011

João Gilberto: 80 anos

                          
Publicado originalmente em junho de 2011 no TomNeto.com.


Antes de qualquer coisa, é necessário dizer que é motivo de alegria saber que uma das personagens centrais da nossa música, João Gilberto [no detalhe], continua entre nós. E precisamente hoje, 10 de junho de 2010, o “baiano bossa nova” completa 80 anos de idade.

Homem de temperamento recluso — considerado “excêntrico” por muitos — e perfeccionista ao extremo, João, com seu estilo inconfundível, “desconstruiu” e redefiniu os parâmetros da música brasileira. Nele, o que parece “simples” é pura complexidade. E o que alguns podem confundir com “economia” ou “limitação” é tão somente... sutileza. E precisão.

Embora sempre tenha sido um compositor bissexto, e tenha lançado poucos discos ao longo de sua carreira, o espectro de sua influência é enorme. Tornou suas canções como “Rosa Morena”, de Dorival Caymmi, além de clássicos como “Desafinado”, “Garota de Ipanema” e, claro, “Chega de Saudade”, todas de Antonio Carlos Jobim. 

E, entre seus companheiros de profissão, possui admiradores tão díspares quanto Roberto Carlos, Jorge Ben Jor e... Eric Clapton. 

Que João Gilberto ainda sopre muitas e muitas velinhas de aniversário. Provavelmente, ele saberia “desconstruir” até mesmo o tradicional “Parabéns para Você”...



Leia também:







Veja os vídeos de “Rosa Morena”...




...e três extraídos do excelente especial João & Antonio, gravado ao vivo no Theatro Municipal do Rio, em 1992 — um pecado este DVD jamais ter sido lançado: “Desafinado”...




...“Garota de Ipanema”...




...e “Chega de Saudade”:

Eric Clapton: ‘God’ virá ao Brasil


Publicado originalmente em maio de 2011, no TomNeto.com.


Confirmado: Eric Clapton [foto] virá ao Brasil este ano, mais precisamente em outubro. E se apresentará em três capitais: Porto Alegre, no dia 6; Rio de Janeiro, no dia 9; e São Paulo no dia 12.

Do alto de quase meio século de carreira, o maior guitarrista vivo do planeta — e, muito provavelmente, o segundo maior de todos os tempos, perdendo apenas para Jimi Hendrix — merece como poucos o epíteto de “lenda viva”. Nos anos 1960, aliás, jovens londrinos foram ainda mais longe, pichando os muros da cidade com a frase “Clapton Is God” (Clapton é Deus)[à direita].

Além de ter sido integrante dos John Mayall And The Bluesbreakers, dos Yardbirds, do Cream e do Blind Faith, EC construiu uma sólida trajetória solo, que não sucumbiu nem aos percalços pelos quais passou na década de 1970 — o vício em heroína e, posteriormente, o alcoolismo — e de 1990 — a morte do filho Conor, ao cair de um prédio em Manhattan.

E, não bastasse a destreza no instrumento, Clapton tornou-se, com o passar dos anos, um grande arranjador e intérprete, conseguindo emplacar sucessos — suas ou de outros autores — como “Wonderful Tonight”, “Cocaine”, a tristonha “Tears In Heaven” e “Change The World”, entre outros. 


Na bagagem, ‘Clapton’, o novo CD

Eric Clapton vem ao Brasil para divulgar o seu vigésimo trabalho, intitulado tão somente Clapton [à esquerda, a capa], lançado em outubro do ano passado. Nele, o músico incluiu apenas uma canção autoral — a irresistível “Run Back To Your Side”, que conta com a participação do jovem guitarrista americano Derek Trucks. 

Mas quem se importa? O artista escolheu a dedo covers da sua “praia” — o blues, claro — e de jazz. E brilha nas versões serenas de “Autumn Leaves” e “Rockin' Chair” — nas quais, aos 66 anos de idade, reflete sobre a passagem do tempo. 

Clapton também se permitiu soar leve e bem-humorado tanto no fox “My Very Good Friend The Milkman” quanto em “When Somebody Thinks You're Wonderful”, que fala da adulação aos artistas. Em ambos os momentos, chega a lembrar — pasmem — Sinatra (!).

Contudo, os destaques do álbum são: o clássico “How Deep Is The Ocean”, escrito por Irving Berlin em 1932 (!); e, em especial, a pungente balada “Diamonds Made From Rain”, que traz Sheryl Crow nos vocais — e que, em um mundo ideal, estaria em alta rotação nas FMs.

A julgar por Clapton, o CD, o Brasil verá — e, principalmente, ouvirá God ainda em alto nível. É só aguardar.



Ouça “Diamonds Made From Rain:


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