Artigo originalmente publicado em março de 2010 no TOM NETO.COM.
Conflitos marcaram os primeiros anos da história da cidade
Ontem, o Rio de Janeiro comemorou 445 anos. A cidade foi fundada no dia 01 de março de 1565 por Estácio de Sá – que se tornou o primeiro governador –, com o intuito de expulsar os franceses, que estavam instalados na Baía de Gunabara há uma década.
O objetivo dos invasores era, através do comércio de pau-brasil, criar aqui a chamada França Antártica. Mas foram expulsos em definitivo dois anos depois.
Um mês após a expulsão, mais precisamente no dia 20 de fevereiro de 1567, Estácio de Sá morreu, devido a uma infecção causada por uma flecha envenenada, que o atingira no rosto durante o combate com os franceses.
Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil – e tio de Estácio –, transferiu, então, o governo do Rio de Janeiro para outro sobrinho: Salvador Correia de Sá.
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Muitos anos depois, os franceses tentariam invadir novamente o Rio de Janeiro. Primeiro, em 1710, sob o comando do corsário Jean Francois Du Clerc – quando, aliás, foram derrotados. No ano seguinte, contudo, impuseram enorme humilhação à cidade, através do corso do almirante René Duguay-Trouin.
Com 5.400 homens divididos em dezessete navios, a esquadra francesa ocupou e saqueou a cidade, onde permaneceu por dois meses, trazendo pânico aos locais. Após afugentar a população para o interior, Duguay-Troin exigiu o pagamento de um resgate, sob pena de destruir o Rio de Janeiro.
O então governador, Francisco de Castro, acabou pagando com seus próprios recursos parte da quantia exigida, aconselhando o corso a levar todo o ouro e riquezas que conseguisse obter, alegando que a população levara consigo seus pertences de maior valor.
Em 13 de novembro de 1711, as tropas francesas partem do Rio de Janeiro, deixando para trás uma cidade totalmente devastada.
Detalhe: ao contrário dos piratas, os corsários eram autorizados a pilhar navios de outra nação, como uma forma fácil e barata de enfraquecer os inimigos. Além disso, os corsos pagavam cerca de um terço daquilo que saquevam ao tesouro real.
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E, já que falei em corsários – embora, a rigor, a canção nada tenha a ver com o post –, veja o vídeo de “Corsário”, de João Bosco e Aldir Blanc, na interpretação definitiva de Elis Regina:
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