sábado, 2 de maio de 2009

‘Viva La Vida’: a música de 2008


Artigo publicado originalmente no TOM NETO.COM.


O quarto álbum do Coldplay [acima], Viva La Vida Or Death And All His Friends, coincidentemente (ou não), foi produzido pelo mesmo Brian Eno, ex-Roxy Music, que produziu o quarto álbum do U2, The Unforgettable Fire. E, se The Unforgettable Fire representou um divisor de águas na carreira da banda irlandesa, a mesma importância pode ser aplicada a Viva La Vida na trajetória do grupo de Chris Martin.

A ousadia do Coldplay já começou no projeto gráfico [à esquerda], que reproduzia A Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix. O fato de retratar a Revolução Francesa na capa do disco tinha um propósito claro: o quarteto ambicionava revolucionar a si próprio.

Contudo, parte do êxito da empreitada deve ser creditado ao esteta Eno, cujos arranjos alargaram os horizontes do Coldplay para muito além das baladinhas-ao-piano que os tornaram famosos.

Entretanto, apesar de bons momentos como “Lost!”, “Cemeteries Of London”, “42” e “Violet Hill”, nenhuma outra faixa do álbum revelou-se tão contundente quanto “Viva La Vida”, meio-título do disco.

Em um tom épico, Chris Martin canta uma belíssima letra que se utiliza de metáforas medievais para falar de... desilusão. A despeito das chamadas “verbas promocionais” das gravadoras – leia-se “jabá” -, a canção arrebatou FMs em todo o planeta. Há muito tempo o dial não era habitado por algo tão... substancial.

Não por acaso, “Viva La Vida” foi agraciada na edição 2009 do Grammy, na categoria “Música do Ano”. Ironicamente, perdeu no quesito “Gravação do Ano” para a bela “Please Read The Letter”, da dupla Robert Plant e Alison Krauss [saiba mais aqui]. Mas não importa. De fato e de direito, “Viva La Vida” foi a melhor música de 2008.

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