No finalzinho do ano passado, os eternos órfãos dos Smiths* [acima] ficaram alvoroçados com a notícia de que o vocalista Morrissey e o guitarrista Johnny Marr trabalhariam juntos em uma coletânea do extinto grupo. E não era boato.
The Sound of The Smiths [à esquerda, a capa] contou, de fato, com o envolvimento dos antigos parceiros: enquanto Morrissey escolheu o título do CD, Marr cuidou da remasterização das faixas.
Contudo, a despeito do “reencontro” dos dois artistas, essa compilação, em sua versão simples, é mais do mesmo para os fãs de primeira hora – que certamente possuem todos os álbuns da célebre banda de Manchester.
Sabendo disso, o que a gravadora faz? Coloca no mercado uma edição deluxe, dupla, que além de vários sucessos em suas gravações originais, traz raros lados B e versões ao vivo jamais lançadas oficialmente de “Handsome Devil”, “London” e “Meat Is Murder”. Vale a pena ouvir, por exemplo, a curiosa versão New York Vocal de “This Charming Man”.
Em tempo: apesar da colaboração das duas figuras centrais dos Smiths, não há nenhuma previsão sobre um possível retorno do grupo. Ofertas (milionárias) não faltaram – e foram todas recusadas. O motivo: as desavenças entre Morrissey, o baixista Andy Rourke** e o baterista Mike Joyce – motivadas por questões judiciais envolvendo direitos autorais – ainda não foram superadas...
* Para quem não sabe, Smith é o sobrenome mais comum que existe na Inglaterra. Equivale a Silva no Brasil. Os Smiths batizaram a banda com esse nome para deixar claro que os integrantes eram “pessoas comuns”.
** Atualmente, o baixista Andy Rourke é DJ, tendo, inclusive, tocado no Brasil três vezes – a mais recente foi no final do ano passado. Diante dessa informação, impossível não lembrar de “Panic”, cujo refrão ordena: “Hang the DJ” [“Enforquem o DJ”]. Profético, não?