quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Roberto Carlos: meio século de reinado


Show
Itaú Brasil: Roberto Carlos – 50 anos
Data: 11 de julho de 2008
Local: Estádio do Maracanã - Rio de Janeiro

Resenha publicada originalmente no
TOM NETO.COM.



Para comemorar seus 50 anos de carreira, o Rei realiza um show histórico no Estádio do Maracanã

Cerca de 68 mil pessoas, de todas as faixas etárias, suportaram o vento frio que insistia em soprar no Estádio do Maracanã, na noite de sábado, 11 de junho. Mas por um bom motivo: tratava-se do show de comemoração aos 50 anos de carreira de Roberto Carlos, cujas canções fazem parte da vida de milhões de brasileiros.

Às 21h45, o Rei entrou ao palco de maneira triunfal, dirigindo o seu Calhambeque azul, modelo 1929, devidamente reformado. Após saudar a sua orquestra e a plateia extasiada, afirmou: “É a maior emoção que já senti em minha vida estar aqui no Maracanã cantando para vocês. Quando estava lá em Cachoeiro [nota: do Itapemirim, sua cidade natal] jamais imaginei que podia viver um momento como esse”. E iniciou os trabalhos com o seu cartão-de-visitas, “Emoções”.

O repertório foi basicamente o mesmo dos shows que o cantor tem apresentado ao longo dos anos, com as músicas que seu público sempre espera ouvir, como “Outra Vez”, “Proposta”, “Café da Manhã” e, no já tradicional esquema banquinho-e-violão, “Detalhes”, entre outras.

Contudo, dada a importância da ocasião, RC incluiu canções que não costumam fazer parte de seu set list, como “Do Fundo do meu Coração”, de 1986. Repleta da “tensão” encontrada em momentos anteriores da obra do Rei – como “Sua Estupidez”, por exemplo –, a faixa é uma das melhores da segunda metade de sua carreira.

Em homenagem a seus pais, o cantor reuniu em um tocante medley que reuniu a bela “Aquela Casa Simples” a “Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo” e “Lady Laura”. E até “Nossa Senhora”, há muito afastada do repertório do artista, foi relembrada, em um dos pontos altos do show.

No bloco dedicado à Jovem Guarda, Roberto, surpreendentemente, resgatou “Quando” – uma das melhores canções daquele período – e “Namoradinha de um Amigo Meu”, juntamente com “É Proibido Fumar”, “E por Isso Estou Aqui” e “Jovens Tardes de Domingo”.


Com Erasmo, o momento mais emocionante da noite

Em “Caminhoneiro” – outra que o Rei não cantava há tempos –, a chuva desabou sobre o Maracanã, o que fez com que RC paralisasse o show por cerca de dez minutos.

Já a escolha dos dois convidados foi bastante coerente: Erasmo Carlos e Wanderléa. Erasmo, por sinal, protagonizou o momento mais emocionante da noite. Após dirigir algumas palavras a Roberto através do telão, o Tremendão foi chamado ao palco. Os parceiros choraram abraçados e cantaram “Amigo” com muita dificuldade. Na sequência, já refeitos, relembraram momentos engraçados e emendaram com “Sentado à Beira do Caminho”.

Com a Ternurinha, também bastante emocionada, Roberto, como não poderia deixar de ser, cantou “Ternura”. Por fim, Erasmo juntou-se à dupla em “Eu Sou Terrível”.

Outro momento de grande emoção foi “Como É Grande O Meu Amor por Você”, cantada por um Maracanã em uníssono. Destaque também para o arranjo grandiloquente, de matizes épicos, de “Cavalgada”.

No gran finale, o estádio foi encoberto pela fumaça dos fogos de artifício, enquanto o Rei lançava rosas para sua fiel público, ao som de “Jesus Cristo”, coroando um dos melhores show de sua carreira. Um momento único, digno de um artista verdadeiramente singular.



Veja o medley que reuniu “Aquela Casa Simples”, “Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo” e “Lady Laura:




E também “Amigo”, com participação de Erasmo Carlos:

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