sexta-feira, 6 de julho de 2007

Evanescence no Brasil

Artigo publicado no jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, edição nº 131 (abril de 2007).



Saiba mais sobre os shows que a "cantora lírica que despencou em cima de uma banda de metal" fará em solo brasileiro

Com a autoridade de quem vendeu mais de 18 milhões de cópias no mundo inteiro, a banda norte-americana Evanescence chega ao Brasil para apresentações da turnê que promove seu mais recente álbum, The Open Door [foto], lançado no segundo semestre do ano passado.

O Evanescence foi formado nos final dos anos 90, quando, ainda adolescente, a (bela) cantora e pianista Amy Lee - nascida na interiorana cidade de Little Rock, capital do Arkansas - encontrou o guitarrista e compositor Ben Moody em um "retiro espiritual" de férias. Lee (católica praticante) e Moody - ainda que jamais tenham se apresentado ao vivo como um duo - começaram a gravar e até emplacaram alguns EPs na parada de rock cristão. Conseguiram também lançar o álbum Origin, que não obteve grande repercussão.

Consta que, posteriormente, Moody e Lee estavam masterizando demos em um estúdio em Memphis, quando chamaram a atenção do produtor Pete Matthews. Nessa época, juntaram-se à dupla William Boyd (baixo), John LeCompt (guitarra) e Rocky Gray (bateria). E, assim, o grupo conseguiu um contrato com a Wind-Up Records, gravadora do Creed.

Ainda em fase de gravação, sem disco pronto, o Evanescence teve duas faixas - a balada "My Immortal" e a pesada "Bring Me to Life" - inseridas na trilha do filme do homem-sem-medo Demolidor, estrelado por Ben Affleck. A resposta obtida pelas duas canções apressou a finalização de Fallen (produzido por Dave Fortman e editado em março de 2003), que se tornou um dos maiores êxitos do metal em todos os tempos.

A melhor definição para o estilo do grupo seria uma manchete do tipo: "cantora lírica despenca em cima de uma banda de metal". Ou, como alguém já definiu anteriormente: uma amálgama entre a fúria do Linkin Park e a suavidade da cantora Tori Amos. A banda faz um som pesado, algo gótico - e, temos que admitir, muito bem produzido - que ganha contornos melódicos em função da voz de Lee.

A cantora, aliás, tem uma triste história de vida para contar - e o faz através de suas canções. Além de ter sido uma menina gorducha (dessas que sofrem chacotas na escola), ela tem um irmão epilético, perdeu uma irmã, de 3 anos de idade, vítima de uma enfermidade sem diagnóstico, e foi infeliz no amor - culpa do alcoólatra Shaun Morgan, do Seether (inclusive, o primeiro single de The Open Door, "Call Me When You're Sober" é "dedicada" a ele).

O sucesso de Fallen, contudo, começou a gerar atritos dentro do conjunto. Depois de entreveros com Amy Lee, Ben Moody deixa a banda em plena turnê européia de 2003, sendo substituído por Terry Balsamo (que, no outono de 2005, sofreu um derrame cerebral, mas já se encontra recuperado). No ano passado, o baixista William Boyd abandona o barco, sendo substituído por Tim McCord. Em meio à tempestade, a gravadora quis absorver o máximo possível do monstruoso sucesso da banda e soltou um disco ao vivo, Anywhere But Home (2004). A verdade é que muitos pensaram que o Evanescence jamais lançaria um outro trabalho.

No entanto, contrariando os prognósticos mais pessimistas, o grupo editou seu segundo álbum de estúdio, The Open Door, que não apresentou mudança alguma na fórmula do sucesso. Assim, a banda segue em frente. Amy Lee, aliás, está até de casamento marcado: o felizardo chama-se Josh (também nascido em Little Rock), tem 28 anos, e atua como terapeuta em uma associação cristã de auxílio a toxicômanos.


Banda se apresenta em quatro capitais brasileiras

Por tudo isso, há uma enorme expectativa para os shows do Evanescence no Brasil, por parte de seus numerosos fãs - em sua esmagadora maioria, adolescentes -, fascinados pela temática melancólica e atormentada da banda. O que pode significar que, para pessoas de faixa etária superior a 21 anos, a audição de um álbum do grupo talvez seja uma experiência tão agradável quanto um pneu furado em uma estrada deserta, à noite.

[Nota: não deixa de ser... hum... exótico o fato de uma cidade praiana e calorenta como o Rio de Janeiro abrigar tribos de... góticos. Isso faz lembrar o ano de 1993: a febre grunge assolando o planeta (cortesia de Nirvana e cia.) e, em pleno verão carioca, garotos literalmente derretiam dentro de camisas-de-flanela, como se estivessem em Seattle. Tem de tudo nesse mundo, não?]

A banda tem apresentações agendadas em quatro capitais brasileiras: 17 de abril, em Porto Alegre (no estádio do Gigantinho); dia 19 em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski); São Paulo (Parque Antárctica) no dia 21; e Rio de Janeiro (Apoteose) em 22 de abril.

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