Back to Black (Universal)
2007 Resenha publicada no BLOG DO TOM NETO.
Entre porres e vexames, a inglesa convence como a nova diva da velha soul music
Ela é uma morena inglesa de apenas 23 aninhos, bonita (embora tenha perdido muito peso recentemente) e canta como a Sarah Vaughan. Ela é Amy Winehouse que, quatro anos após a sua estréia com Frank (um disco com acento mais jazzístico), acaba de colocar na praça seu segundo álbum, Back to Black, lançado mundialmente pela Universal.
Ao mesmo tempo classudo e visceral, Back to Black é um trabalho encharcado - e isso não é uma licença poética - de soul music. Sob uma formatação totalmente vintage, Winehouse narra, de modo dilacerado, todas as suas desventuras amorosas.
E etílicas.
A eficaz "Rehab" - single de sucesso no Velho Mundo - convence logo de cara. "Tears Dry On Their Own", a linda "Love Is a Losing Game" e "You Know I'm No Good" fariam o exigente Berry Gordy (o chefão da Motown) sorrir de orelha a orelha. É aquela história: a Motown, assim como a música dos Beatles, é como se, mal comparando, fosse um templo em que, volta e meia, alguém entra para acender uma vela...
Mas Amy Winehouse tem sido menos comentada pelo talento do que pelos... vexames. Se tudo isso é uma estratégia de marketing ou não, só ela sabe. Mas o fato é que a moça já coleciona uma série de... hum, incidentes públicos (shows cancelados, vômitos no palco, etc), por conta de seu apreço pela manguaça.
O ápice do constrangimento foi Amy ter comparecido supostamente mamada ao programa de Charlotte Church, na TV britânica. A anfitriã ainda fez (ou tentou fazer) um dueto com sua convidada em "Beat It", de Michael Jackson. Entretanto, os erros cometidos por Winehouse durante a performance - e seu desempenho vocal abaixo da crítica - transformaram o duo em um espetáculo decididamente embaraçoso.
De qualquer forma, esqueça os pileques e ouça o disco. Vale a pena.
2 comentários:
Eu adoro o "Back to Black" e é um dos álbuns que tenho no meu celular....Nem sei quantas vezes já o escutei e é um daqueles que eu escuto vezes seguidas sem me cansar...Acho difícil julgar pessoas assim como ela , que tem muito tudo, muita informação, muito dinheiro , enfim possibilidades sem fim, e é muito complicado lidar com isso sem que a pessoa pire um pouco...Enfim ,acho uma pena ela ter ido embora tão cedo , mas as coisas são exatamente com te que ser...
Quando ela faleceu, tive a mesma sensação de quando o Kurt Cobain, do Nirvana, se suicidou. Algo do tipo: “Caramba, ela estava realmente falando sério...”
No mais, é isso: uma moça jovem, talentosa, que infelizmente partiu cedo demais. E deixou um discaço.
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