Bluefinger (Deckdisc)
2007
2007
Resenha publicada originalmente no jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, edição nº 140 (fevereiro de 2008).
Ex-vocalista volta a assinar como Black Francis, além de retornar à sonoridade de seu extinto grupo
Para aqueles que sentem saudade do Pixies, a notícia é boa: pela primeira vez, após doze discos solo, o ex-vocalista do quarteto de Boston, Frank Black, volta a assinar como Black Francis, como nos seus tempos de banda. E isso não foi por acaso: em seu novo trabalho, Bluefinger (que saiu no exterior em 2007 e recebe agora versão nacional da Deckdisc), o rotundo músico emula a sonoridade de sua extinta banda, um dos nomes mais influentes do rock alternativo americano, com fãs ilustres como Kurt Cobain.
Reaparecem com toda a força as guitarras distorcidas, a voz gutural e os backing vocals femininos (agora a cargo de Violet Clark, atual esposa de Francis), marcas registradas do som do Pixies. A pancadaria melódica começa logo na primeira faixa, “Captain Pasty”, e prossegue em “Your Mouth Into Mine”, “Threshold Apprehension” e na ensandecida “You Can't Break A Heart And Have It”. Mas o disco também tem pop (“She Took All The Money” e “Lolita”), blues (“Test Pilot Blues” e a faixa-título) e até country (“Angels Come To Comfort You”), tudo nos conformes.
É bem provável que Francis jamais realize sozinho um álbum como o clássico Doolittle, de 1989, que trazia faixas do quilate de “Monkey Gone To Heaven”, “Wave Of Mutilation”, “There Goes My Gun” e a infecciosa “Here Comes Your Man”, entre outras. Mas, se compararmos com boa parte do rock contemporâneo, Bluefinger exala frescor e consegue manter um bom nível.
Em entrevistas para divulgação do álbum, Black Francis declarou que adoraria ver o Pixies novamente em estúdio. A baixista Kim Deal, atualmente no Breeders, além de rechaçar a idéia, acusou Francis de só mencionar uma possível volta do grupo quando lança disco novo, como “tentativa de autopromoção”. O quarteto fez uma turnê mundial em 2004 (tendo realizado, inclusive, uma apresentação antológica no Curitiba Pop Festival), mas o último álbum de inéditas, Trompe Le Monde, foi editado em 1991.
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