quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Brilha a luz dos Stones


CD
Shine A Light (Universal Music)
2008

Resenha publicada originalmente no jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, edição nº 142 (maio de 2008).


Banda inglesa ainda mostra vitalidade na trilha do documentário de Scorsese

Depois de Bob Dylan em No Direction Home (2005), é a vez dos Rolling Stones serem retratados pela lente do diretor Martin Scorsese no show-documentário Shine A Light. Até o fechamento dessa edição do INTERNATIONAL MAGAZINE, o filme ainda não havia entrado em cartaz nos cinemas brasileiros - a estréia foi no dia 04 de abril. A trilha sonora, no entanto, chegou às lojas, via Universal. Esse é o primeiro trabalho que os Stones editam nessa gravadora, depois de anos na EMI.

Disponível em CD duplo, Shine A Light traz o áudio das duas apresentações realizadas no Beacon Theatre, Nova York, nos dias 29 de outubro e 01 de novembro de 2006, filmadas por Scorsese para a realização da película.

Como em qualquer show dos Stones, estão presentes aqueles infalíveis cavalos-de-batalha que a banda obrigatoriamente tem que tocar - se não quiser que o povo peça o dinheiro de volta -, como “Start Me Up”, “Brown Sugar”, “Jumpin' Jack Flash”, “Sympathy For The Devil” e, claro “Satisfaction”. Os Stones, no entanto, têm se dedicado recentemente a resgatar, do seu baú aparentemente sem fundo, alguns lados B que são, na realidade, verdadeiras pérolas obscuras.

Dessa forma, do ótimo álbum Some Girls (1978), a banda, acertadamente, retomou “Shattered”, o cover de “Just My Imagination” e a balada country “Faraway Eyes”, além da debochada faixa-título. Já do clássico Exile On Main Street (1972), os Stones incluíram no roteiro “All Down The Line”, “Tumbling Dice”, “Shine A Light” (a bela canção gospel que batiza o documentário) e a acústica “Loving Cup”, com a participação de Jack White, metade do duo The White Stripes.

Shine A Light ainda traz como convidados especiais o septuagenário Buddy Guy - no blues “Champagne & Reefer”, do mestre McKinley Morganfield, mais conhecido como... Muddy Waters - e uma inesperada Christina Aguilera, que, vá lá, não chegou a estragar “Live With Me” (embora tenha berrado muito mais do que qualquer fã dos Stones desejaria ouvir). A banda ainda fez a gentileza de tocar “I'm Free”, “Paint It Black” e a tristonha “As Tears Go By”, há muito ausente do repertório da banda.

Para evitar aquela velha conversa de que “as pedras ainda rolam” (provavelmente ninguém mais deve aturar ler/ouvir isso), troquemos de clichê: a “luz” dos Rolling Stones ainda brilha. Forte.



Veja o vídeo de “Shattered:

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