CD e DVD Luau MTV (Universal)
2007
Resenha publicada no jornal IM - INTERNATIONAL MAGAZINE, edição nº 133 (junho de 2007).
Ex-Titã realiza o seu terceiro trabalho de caráter retrospectivo em apenas seis anos
Menos de doze meses após o seu último trabalho, Sim e Não, Nando Reis, sempre acompanhado de sua banda Os Infernais, coloca no mercado Luau MTV (Universal). O repertório conta com canções do supracitado Sim e Não (como a delicada "Espatódea", "N" e a pop "Sou Dela"), alguns momentos de sua carreira solo ("Quem Vai Dizer Tchau?" e "A Minha Gratidão é uma Pessoa", lançada, na verdade, pelo Jota Quest) e uma inédita, a mediana "Tentei Fugir". "As Coisas Tão Mais Lindas", gravada originalmente por Cássia Eller, recebe, pela primeira vez, registro do autor.
A primeira música de trabalho é "A Letra A", faixa-título de seu álbum de 2003. Na ocasião de seu lançamento, a (boa) canção não foi trabalhada e recebe agora seu terceiro registro (já havia sido gravada no MTV Ao Vivo de Nando, 2004). O DVD será editado ainda esse mês.
Claro, não poderiam faltar os convidados - e Samuel Rosa foi deles. O líder do Skank faz um duo com Nando nas parcerias "Resposta" e "Eu e a Felicidade", ambas gravadas originalmente pelo grupo mineiro (sendo que esta última - faixa do bom CD Carrossel - jamais havia sido registrada pelo ex-Titã).
Andreas Kisser está em "Sua Impossível Chance" (a única canção do período Titãs que integra o set list) e na libidinosa "Monóico". Negra Li participa de "Negra Livre", composição de Nando que acabou batizando o segundo do disco da cantora. E na boa "Luz dos Olhos", o músico recebe a companhia de Andréa Martins, vocalista da banda baiana de rock alternativo Canto dos Malditos na Terra do Nunca.
Não resta dúvida de que Nando Reis é um bom compositor. Já escreveu canções de beleza indiscutível como "Por Onde Andei" e "Relicário", entre outras. Aliás, verdade seja dita, hoje ele é um artista mais relevante do que o seu ex-grupo. E Luau MTV, sem dúvida, é um trabalho bem bacana - suas composições se beneficiam bastante do formato acústico. Mas será que, estando com um ainda recente álbum de estúdio na praça - e que certamente não teve todas as suas possibilidades exploradas - era mesmo necessário realizar o terceiro trabalho de caráter retrospectivo em apenas seis (!) anos? Afinal, além do já mencionado MTV Ao Vivo, houve também Infernal, 2001, com sucessos gravados em estúdio.
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